Associação dos Delegados de Polícia Civil do Acre repudia declarações da "Garota Delivery" em entrevista ao blog:
"Caro Altino,
Parabenizo-o pelo site, muito lido e muito interessante, como é de se esperar de uma pessoa como você.
Sou Presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Acre e não posso me furtar de falar acerca dos comentários da pessoa entrevistada por você sobre a tão falada Operação Delivery, quanto à atuação dos Delegados durante o interrogatório da tal mulher.
Ela quis se mostrar superior e desencanada com sua escolhida profissão, mas isso não lhe dá o direito de denegrir a imagem de pessoas honestas e corretas como são os Delegados que dirigiram as investigações da Delivery.
A Polícia Civil como um todo tem se esmerado em mostrar um trabalho digno, honesto e confiável à população acreana. Na Operação Delivery não foi diferente das outras investigações; houve o cuidado de investigar cada envolvido e seu grau de envolvimento nos crimes identificados. Além disso, houve o acompanhamento do Ministério Público, que já fez a denúncia dos principais envolvidos, avalisando os trabalhos investigativos da Polícia Civil.
Engraçado que a dita mulher comentou a respeito do Delegado: “Que gente irritante”. É realmente irritante para alguém que vive na marginalidade chegar às barras da Justiça, ser descoberta por seus malfeitos. Com certeza se sentiu acuada e sua defesa foi acusar; só que esqueceu que estava lidando com autoridades policiais corretas e dignas, acostumadas a tratar com pessoas em conflito com a Lei e muito focadas no seu trabalho. Será que é frustrado (como ela acusou o Delegado) alguém que conseguiu galgar tão alto cargo por seus próprios esforços? Que teve a coragem de arregaçar as mangas, estudar, se empenhar e passar em um concurso público tão concorrido como os nossos Delegados? Quem será mesmo que está frustrado nessa história?
A Policia obtém suas informações investigando, perguntando e reperguntando, não batendo ou chantageando. Quem ficou estressada e começou a chorar no depoimento? Foi só o medo de ser desmascarada.
Ela reclamou que os Delegados interrompiam o depoimento que era gravado para induzir a falar o que eles queriam ouvir... e que “Eles não queriam ouvir um depoimento claro e limpo. Eles queriam ouvir só acusações” e ainda “Quando fui na delegacia, o delegado queria que eu falasse que fui estuprada, que me amarraram, coisas assim (risos)”. Ora, Inquérito Policial não é Diário de moça de 15 anos, contando suas aventuras e devaneios, é sim uma peça investigatória que apura crimes, que fará parte de um processo judicial, ou seja, tem que apurar se houve este ou aquele crime e seus autores, logo, tinham que voltar ao foco do interrogatório, o que deve ter frustrado a “mocinha” da história.
É deplorável ler o que tal mulher declarou, seu cinismo e escárnio com os valores da nossa sociedade. Acho que esqueceram de educá-la, de lhe incutir valores que realmente importam na vida.
Parabéns pela reportagem.
Denise Pinho de Assis Pereira
Presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Acre – ADEPOL/AC"
Meu comentário:
A presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Acre, Denise Pinho de Assis Pereira, parabeniza-me pela entrevista com a "Garota Delivery".
Por sua vez, a nota do governo do Acre, eivada de baixo nível, tenta induzir o leitor a imaginar que atuei de modo suspeito, forjando desprezo ao meu trabalho.
Fui, até agora, aquele que buscou atuar jornalisticamente no caso, investigando situações, localizando fontes, conversando sobre o caso, enfim, procurando informar o leitor sobre todos os ângulos.
Por isso, fico com a nota dos delegados, que defende a categoria sem menosprezar a mim e o meu ofício.
A quem faltam argumentos, sobra arrogância e palavras de ordem. A opinião pública que avalie.
A justiça que julgue. Da sociedade justa, tolerante e moral alegada pelo Governo do Acre, eu prefiro não fazer parte.
4 comentários:
"É realmente irritante para alguém que vive na marginalidade chegar às barras da Justiça, ser descoberta por seus malfeitos".
Quais malfeitos, afinal? A garota já foi julgada, ou é a presidente da ADEPOL/AC que está julgando?
Essa entrevista irritou muita gente. As palavras e o tom desses "repúdios" estão encharcados de tom demasiado pessoal.
A digníssima delegada fala da "Garota Delivery" como se esta fosse a criminosa da história (alguém que vive na marginalidade chegar às barras da Justiça, ser descoberta por seus malfeitos). Chega a ser hilária a declaração da delegada com toda a essa superioridade impressa em suas palavras. Falou muito bem o colega Gustavo Cardial, a Sra. Delegada tem o papel de apenas investigar e não julgar nada. Além do fato de sabermos, principalmente quem trabalha no meio jurídico/policial, a forma como as investigações são tendenciosamente conduzidas.
Só não entendo uma coisa: se a tal garota delivery e suas declarações são assim tão falsas e desprezíveis, por que tem tanta gente incomodada??
Voto com a Gleiciane!
Faço minhas as palavras de uma Ilustre Delegada de Policia Civil que disse à época da deflagração da operação delivery: "quem não tem o que dever, não tem porque perder noites de sono".
Parabéns à corajosa investida imparcial da entrevista.
Sob o manto do anonimato, muita coisa vem à tona!
Tem gente muito incomodada pelas declarações da Garota!
Não fosse, porque tantas notas de repúdio?
Quem não deve, não teme! Correto?
Bom, eu acho.
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